A 17 de Novembro, o Cineclube da Maia exibe “Casarão”, um filme de Filipe Araújo em que este persegue a inexplicável pulsão que sentiu depois da morte do pai e que o levou ao cenário de uma das fábulas que este lhe contava.
“Não raras vezes, para me adormecer, o meu pai efabulava a partir de histórias reais do seu passado. De todas, a mais enigmática, tinha como cenário um território povoado por miúdos e homens de branco”, afirma o realizador.
Um velho casarão apodrece no coração de uma aldeia rasgada ao meio por uma estrada onde os carros já não param. Durante a ditadura, o edifício foi o mais progressista seminário católico português. António, vizinho da frente, cresceu e formou família à sua sombra. Desde a saída dos padres dominicanos, é o seu mais fiel caseiro — guardião dos fantasmas, memórias e corredores despidos de vida. Há anos abandonado, o antigo epicentro da terra poderá estar agora na mira de uma nova vida.