A Zero em Comportamento propôs à Artemrede um ciclo sobre escritores portugueses, aberto ao público em geral, mas claramente vocacionado para os estudantes do secundário que podem ter, desta forma, acesso a uma componente fundamental da cultura portuguesa.
Em Março, as populações de Sesimbra e do Sobral de Monte Agraço continuam a descobrir os nossos escritores através do cinema.
Em Sesimbra, na Sala Polivalente da Biblioteca Municipal de Sesimbra poderão ser vistos os seguintes filmes:
“Nasci adulta, morrerei criança”, sobre Agustina Bessa Luís, no dia 6, às 21.30h
“U Omãi Qu Dava Pulus”, sobre Nuno Bragança, dia 7, às 16.00h
“Tomai lá do O’Neill”, de Fernando Lopes, sobre Alexandre O’Neill, dia 27, às 21.30h
No Sobral de Monte Agraço, as sessões dividem-se entre o Auditório Municipal e o Cine-Teatro.
Assim, poderão ser vistos:
No dia 3, às 15.00h “Diário de Bordo”, sobre José Cardoso Pires, no Auditório Municipal de Sobral de Monte Agraço
No dia 17, às 15.00h “Autografia” sobre Mário de Cesariny, também no Auditório Municipal.
Depois, as sessões passam para o Cine-Teatro de Sobral de Monte Agraço, com os seguintes filmes:
“Ophiussa – Uma cidade de Fernando Pessoa”, dia 18 às 10.00h e dia 28 às 21.30h
“Tomai lá do O’Neill”, de Fernando Lopes, sobre Alexandre O’Neill, dia 20 de Março, às 21.30h
João Pinto Nogueira, 75’, 2008
Nuno Bragança. Autor de três romances: “A Noite e o Riso”, “Directa” e “Square Tolstoi”. Uma colectânea de contos:”Estação”. E uma novela póstuma: “Do Fim do Mundo”. Argumentista de “Os Verdes Anos”, filme inaugural do Cinema Novo Português e co-realizador, com Gérard Castello-Lopes e Fernando Lopes, do filme “Nacionalidade: Português”. Católico e de família conservadora, milita no MAR (Movimento de Acção Revolucionária). Integra as Brigadas Revolucionárias de Carlos Antunes e Isabel do Carmo ao mesmo tempo que trabalha na representação permanente de Portugal junto da OCDE. A 7 de Fevereiro de 1985 morre aos 55 anos, num quarto de hotel de Lisboa. Nuno Bragança, quem foi?
Fernando Lopes, 52’, 2004
Um documentário de Fernando Lopes sobre Alexandre O’Neill, a sua poesia e as histórias da sua vida, dita e contadas, entre outros, por Antonio Tabucchi, Hellmut Wohl, Gérard Castello-Lopes, João Botelho e Afonso O’Neill.
Trata-se de um tributo pessoal. Não uma biografia, muito menos uma análise crítica da obra poética de Alexandre O’Neill. Isso está feito e refeito. Trata-se, sobretudo, das vivências criativas, sentimentais e afectivas de um poeta, um dos maiores do nosso século XX, com quem tive o privilégio de conviver (e viver as aventuras da vida, mesmo se, como disse O’Neill, “ a aventura acaba sempre numa pastelaria”). Fernando Lopes
António José de Almeida, Documentário, Portugal, 2006, 55’
Nesta videobiografia a escritora Agustina Bessa-Luís fala da sua infância, das suas memórias, do “exílio” no Douro, das aventuras da sua juventude, do início da longa carreira como escritora e do amadurecimento da sua experiência.
João Bénard da Costa, Manoel de Oliveira, Eduardo Prado Coelho, Inês Pedrosa, Pedro Mexia, Alberto Vaz da Silva, Laura Mónica Baldaque e Francisco Cunha Leão falam da sua relação com a escritora e contam episódios únicos, que ajudam a compreender a autora.
Este documentário, um trabalho da jornalista Anabela Almeida realizado por António José de Almeida, mostra o percurso invulgar de uma mulher determinada que leu os livros mais ousados na infância e que se transformou numa das maiores e mais produtivas escritoras portuguesa da atualidade.
Fernando Carrilho, 70’, 2011
Numa altura em que se comemoram 125 anos do nascimento de Fernando Pessoa, “Ophiussa – Uma Cidade de Fernando Pessoa” toma por base alguns textos que Fernando Pessoa deixou sobre Lisboa, propondo um périplo cinematográfico pela Cidade.
Através da visão heteronímica do poeta o filme recria um território imaginário e intemporal. Possivelmente um não – lugar povoado de “ficções do interlúdio”.
Manuel Mozos, 52′, 1998
No ano em que José Cardoso Pires recebeu o Prémio Pessoa, o mais prestigiado prémio português, Manuel Mozos filmou um retrato daquele que foi um dos grandes autores da língua portuguesa. A vida e a escrita, o cinema, o erotismo e a morte, são alguns dos temas deste filme, rodado em Lisboa e na Caparica (o refúgio do escritor) no Outono e Inverno de 1997.
Miguel Gonçalves Mendes, 104′, 2004
Com este documentário pretende-se retratar não o poeta e pintor Mário Cesariny mas sim a sua vida, o seu percurso e a sua individualidade. Como espaço de acção privilegiou-se o seu quarto, por ser este actualmente a base da sua criação e da sua intimidade. É aqui que resiste tudo o que não se perdeu. Sendo este um trabalho que vive sobretudo das questões colocadas (ausentes) e das respectivas respostas, optou-se por assumir como fio condutor um dos seus poemas – “autografia” – que servirá de mote, através da sua análise para as questões intencionadas, de modo a que o filme assuma um carácter intimista, estabelecendo-se um diálogo entre quem o vê e quem é retratado.