Em outubro, retomamos os ciclos de cinema no Museu do Dinheiro. Neste novo ciclo, a arquitetura é tão protagonista quanto mulheres e homens que a desenharam, defenderam e registaram no grande écran. São visões – umas utópicas, outras distópicas, outras bem reais – que exprimem eternos debates subjacentes à prática da arquitetura e da salvaguarda do património: moderno vs antigo; sonho vs realidade; público vs privado.
O programa é o seguinte:
Nesta sessão descobrem-se lugares e casas muito estranhos, que fazem rodopiar a imaginação até perder o equilíbrio.
Na verdade, a tudo isso e muito mais estão os nossos protagonistas habituados: Aleksander, que vive numa aldeia suspensa nas nuvens; os residentes de uma casa em desequilíbrio, que abana para a frente e para trás, porque – havia de lembrar-se! – foi construída mesmo mesmo mesmo no cimo de um monte; ou o rapaz bolota que, primeiro que consiga por-se de pé, é um custo!
Pierre Clenet, Alejandro Diaz, Romain Mazevet, Paccolat Stéphane, animação, França, 2013, 10’
Uma casa, até então à venda, arranca as suas estruturas e segue viagem, abandonando o único espaço que alguma vez conhecera. Pelo caminho, há outras casas que se juntam a ela.
Dace Riduze, animação, Letónia, 2011, 10′
Uma menina cria personagens a partir das ofertas que o Outono lhe traz. Uma delas – o pequeno rapaz bolota – perde-se acidentalmente na relva. O rapaz bolota quer descobrir este mundo novo mas antes tem de aprender a andar. Enquanto procura o seu chapéu, chega à aldeia dos insectos, onde vai encontrar surpresas e novas aventuras.
Uzi Geffenblad e Lotta Geffenblad, Suécia, 2012, 7’
A casa está numa grande confusão e o Mancha e o Manchinhas decidem fazer uma verdadeira transformação! No sótão eles têm pincéis, tintas e papel de parede. O resultado é uma surpresa!
Evalds Lacis, animação, Letónia, 2013, 10’
Um grupo de animais percebe que a sua floresta foi transformada numa cidade. A sua astúcia e organização, permitir-lhes-á encontrar uma solução para poderem sobreviver neste novo habitat
Rémy Dereux, Maxime Hibon, Juliette Klauser, Raphaëlle Ranson, Louise Seynhaeve, Animação, França, 2010, 5’
Aleksander é o último tricotador de uma aldeia suspensa nas nuvens, e o único capaz de enfrentar os monstros escondidos debaixo da cama
Konstantin Bronzit, Animação, França, 1998, 7′
As peripécias de uma casa precariamente equilibrada. Construída na parte superior de um monte, balança para trás e para a frente, para grande descontentamento dos seus inquilinos. Considerado, por muitos, como um dos melhores filmes de animação de sempre. E um dos mais cómicos, também.
Fritz Lang, 153 min., Alemanha, 1927, com Intertítulos legendados em português
Em 2026, uma cidade futurista chamada Metropolis divide-se entre a classe trabalhadora, que vive na escuridão do subsolo, e os industriais ricos que gozam a grandeza de uma cidade futurista. A tensão entre estas duas sociedades concretiza-se em imagens que se tornaram das mais icónicas do séc. XX. Um clássico do cinema expressionista alemão, Metropolis é talvez o mais famoso e influente filme mudo. Os seus cenários geométricos, de recorte Moderno viriam a influenciar a melhor ficção científica moderna.
Juliette Cazanave, 52 min., França, 2015, Legendado em inglês
Arquiteto e urbanista, Le Corbusier (1887-1965) revolucionou a ideia de habitar e impôs uma conceção moderna da vida coletiva. Mais ainda, trouxe ao mundo uma estética e sonhou uma outra sociedade. O filme abre caminho por entre entrevistas e textos de Le Corbusier, estabelece um diálogo entre o homem e o seu tempo, o século das guerras mundiais, das ideologias e dos totalitarismos. Retrata o conjunto da obra do arquiteto francês de origem suíça desde a sua primeira construção em 1905, a casa Fallet (Suiça), até aos vários projetos em Chandigarh na Índia, em 1953.
92 min., Matt Tyrnauer, EUA, 2016, Legendado em português do Brasil
A escritora e ativista Jane Jacobs luta para salvar a zona histórica de Nova Iorque de ser demolida durante a impiedosa era de desenvolvimento urbano de Robert Moses, nos anos 1960.