No âmbito do Ciclo de Cinema “Já Estamos Embarcados!”, dedicado à temática da Água, este mês vai ser exibido no dia 7, o filme Ama-san, de Cláudia Varejão e no dia 21, o filme É Na Terra Não É na Lua, de Gonçalo Tocha, ambos às 16h00, no Museu do Dinheiro.
A pedido desta instituição, programámos cinco filmes cujas exibições começaram em Junho e terminam em Setembro. Gonçalo Tocha, Cláudia Varejão ou mesmo Jean-Luc Godard, são alguns dos nomes que poderá encontrar nesta programação, que irá incluir também um filme para os mais pequenos.
Um mergulho, a luz do sol do meio-dia atravessa a água a pique. O ar que está nos pulmões terá que chegar até que se consiga arrancar o haliote às rochas do fundo do Oceano Pacifico e finalmente subir para respirar outra vez. Sem o auxílio de botija de ar ou outra ferramenta que potencie a capacidade de permanecer debaixo de água, todo o corpo é convocado a atingir o seu limite. Estes mergulhos são dados no Japão há mais de 2000 anos pelas Ama-San, literalmente, mulheres do mar que na cultura japonesa ocupam um lugar especial, sendo reverenciadas e ao mesmo tempo, incompreendidas.
As Ama-San conquistaram o estatuto de coletoras e cuidadoras, questionando não só o papel da mulher na sociedade oriental como a própria natureza feminina. Este filme acompanha o quotidiano de 3 mulheres de idades distintas que há 30 anos mergulham juntas numa pequena vila piscatória da Península de Shima. Rodado entre o silencioso mundo subaquático e a vida rural no exterior, este olhar resulta num retrato único de uma tradição que se antecipa em extinção. A média de idades das mulheres que hoje ainda mergulham situa-se entre os 50 e os 85 anos. Sobram 9 barcos e uma única mulher pescadeira. Em terra de brava gente do mar, filma-se a paixão da pesca, a paixão do mar.
A ilha do Corvo é a mais pequena ilha do Arquipélago dos Açores. Localiza-se no Grupo Ocidental, a norte da Ilha das Flores. Ocupa uma superfície total de 17,13 km², com 6,5 km de comprimento por 4 km de largura. É formada por uma única montanha vulcânica extinta, o Monte Gordo, coroado com uma ampla cratera com 3,7 km de perímetro e 300 metros de profundidade e onde se aloja a Lagoa do Caldeirão. Tem uma única vila habitada por 450 pessoas, uma estrada, uma câmara municipal, um avião três vezes por semana, um posto médico, um infantário, uma escola, uma igreja, um restaurante…
Em 2007, um operador de câmara e um técnico de som chegam à ilha dispostos a filmar tudo o que ali se passa. Aos poucos, são tratados como família pelos seus habitantes e, com eles, vão contar a sua História e as suas histórias.
Segunda longa-metragem de Gonçalo Tocha depois de Balaou em 2007, é um documentário/diário/filme-ensaio e foi o vencedor DocLisboa 2011, com a atribuição do Grande Prémio Cidade de Lisboa para melhor longa ou média-metragem.
Entrada gratuita mediante reserva. Consulte a programação do Museu do Dinheiro aqui.