Em Julho, Almada Celebra o Brasil com Três Filmes

Em parceria com a Câmara Municipal de Almada, o Auditório Fernando Lopes Graça recebe “NHEENGATU – A língua da Amazónia” de José Barahona, “O Clube dos Anjos” de Ângelo Defanti E “Miúcha, a voz da Bossa Nova” de Liliane Mutti.

No dia 23 de julho, pelas 21h00, o filme de José Barahona parte numa viagem pelo alto Rio Negro, na Amazónia profunda. O documentário que abriu o Festival Doclisboa em 2020, mostra-nos uma radiografia da antiga Língua Geral Amazónica que é uma mistura do tupi, do português e de várias outras línguas indígenas. O Nheengatu chegou a ser uma das línguas mais faladas na região Norte do Brasil até meados do séc. XIX, quando foi banida por Portugal. Mas, no Norte da Amazónia, o Nheengatu ainda sobrevive e tornou-se a língua de muitas populações indígenas que perderam a sua língua materna com a colonização.

No dia 25 de Julho, também pelas 21h00, é a vez do filme de Ângelo Defanti, uma comédia negra produzida pela Ukbar Filmes e inspirada no romance homónimo do conhecido escritor brasileiro, Luís Fernando Verissimo. Ao longo dos anos, as reuniões mensais do Clube do Picadinho, uma confraria que há décadas reúne sete amigos de longa data, passaram de rituais de poder a melancólicas assembleias de fracassados e de promessas não-cumpridas. O fim seria o seu único destino digno até à chegada de um talentoso e misterioso cozinheiro que lhes serve magníficos banquetes. Os laços de amizade estão de volta, é a gula como celebração da vida… e da morte.

Por fim, às 21h00 do dia 28 de julho, o palco é de Miúcha. Entre Nova York, Paris, Cidade do México e Rio de Janeiro, o documentário de Liliane Mutti e Daniel Zarvos costura imagens e revela os percalços de ser uma mulher latino-americana no mundo da indústria musical internacional. Nascida no Rio de Janeiro em 1937, Miúcha é filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e da pintora e pianista Maria Amélia Césario Alvim. Irmã de Chico Buarque, foi casada com João Gilberto, o “pai” da Bossa Nova, com quem teve uma filha, Bebel Gilberto, que também é cantora. Pupila de Vinícius de Moraes, Miúcha foi também companheira de Tom Jobim, foi acompanhada pelo famoso saxofonista Stan Getz e cantou ao lado de Pablo Milanés. Durante os anos 1960 e 1970, Miúcha, a anti-musa da Bossa Nova, conviveu com os chamados “grandes homens” e enfrentou as dores e reviravoltas do sonho de se tornar cantora.