Durante o auge da Guerra Fria, a única filha de Joseph Stalin, Svetlana, dirige-se à embaixada americana em Nova Delhi para pedir asilo, deixando para trás o seu país e os seus dois filhos. Tanto a Oriente, como a Ocidente, o choque é enorme. Geopoliticamente, trata-se de um caso ultrassensível e,
em pânico, o presidente dos EUA, Lyndon Johnson, esconde-a na Suíça francófona, onde ficará sob os cuidados de freiras.
Perseguida pela imprensa, pelo KGB e pelos muitos admiradores que foi acumulando, Svetlana nunca deixará de fugir. Do topo do império soviético à solidão e pobreza dos seus últimos anos numa casa em Wisconsin, Svetlana foi um verdadeiro grão de areia na maquinaria estatal da Guerra Fria que se entrepôs entre a União Soviética e os Estados Unidos.
O documentário de Gabriel Tejedor acompanha as lutas que enfrentou para se libertar da sombra do pai, debruçando-se sobre o impacto que teve na sua família e no clima político da época. Com recurso a arquivos históricos, animações e relatos pessoais, “Svetlana: O Meu Pai é Joseph Estaline” pinta um retrato vívido do percurso de uma mulher que decidiu viver para além do seu destino.