A vida é uma pequena festa que rapidamente será esquecida.” Foi com esta descrição que “Vortex” se apresentou no Festival de Cannes e é justamente do final dessa festa que este filme se ocupa. Seguindo um casal de idosos – interpretados por Françoise Lebrun, a veterana atriz de “A Mãe e a Puta”, de Jean Eustache, e pelo mestre do terror, Dario Argento – na derradeira fase das suas vidas, sem poupar, quer os protagonistas quer o público, de toda a perda inerente ao desabar físico e mental que antecipa o nosso fim. O próprio Noé descreve-o como “a história de uma desintegração programada geneticamente, quando todo o castelo de cartas se desmorona.”
Embora apresente um aparente distanciamento das obras frenéticas e vertiginosas que se tornaram sinónimo do seu cinema em filmes como “Clímax”, “Irreversível” ou “Enter the Void – Viagem Alucinante”, o que Noé nos propõe com “Vortex” é tão extremo como qualquer um dos seus filmes anteriores.