Westwood – Punk, Ícone, Ativista

Westwood - Punk, Icon, Activist
Lorna Tucker, Doc, Reino Unido, 2018, 78 min.

Dama Vivienne Westwood: punk, ícone provocateur e uma das mais influentes criadoras das últimas décadas. “Westwood – Punk, Ícone, Ativista” é o primeiro filme a abranger a notável história de um dos verdadeiros ícones do nosso tempo e a sua luta para manter os seus princípios, a integridade da sua marca e o seu legado.

Com acesso exclusivo aos bastidores de uma das casas de moda mais emblemáticas da Grã-Bretanha e um elenco de personagens reais sem precedentes, esta é uma história inédita de um ícone à escala global – a grande dama do punk e a enfant terrible da moda britânica. Sonhadora auto-proclamada, Vivienne Westwood vem de origens humildes no norte de Inglaterra, chegando a Londres aos 17 anos, durante os anos sessenta. A sua vida muda drasticamente quando conhece o empresário e manager dos Sex Pistols, Malcolm McLaren. Juntos, lançaram o punk e revolucionaram a cultura popular através da sua loja, Kings Road.

Ao longo dos quarenta anos que se seguiram, Westwood preservou diante de relacionamentos fracassados, vinganças pessoais, o escárnio da imprensa e dificuldades financeiras, afirmando-se como um ícone cultural da moda britânica e como um fenómeno global. Juntamo-nos a Westwood num momento crucial em que a sua empresa abre lojas nas capitais da moda, Paris e Nova York. O que começa por ser a celebração da marca ao longo do seu ano mais movimentado torna-se em algo mais complexo, mas o sucesso mundial vem com um preço.

À medida que testemunhamos os sucessos, os conflitos e as inseguranças que Westwood enfrentou, passamos por momentos chave da sua biografia e do seu percurso. Padrões e paralelos emergem entre o seu ativismo que marcou o século XXI e o ethos inerentemente antissistema e contracultura da sua juventude.

Esta narrativa de grande profundidade transcende o formato padrão de um filme de moda para se tornar num retrato íntimo e inspirador de um verdadeiro ícone britânico que hoje, está ao lado de Gucci, Dior e McQueen: uma mãe solteira, uma punk e uma agent provocateur.

Fotos
Trailer
Currículo da realizadora

Lorna Tucker aprendeu desde cedo a trabalhar com a câmara e a criar promos de video e musica quando acompanhou em tournée, de autocarro em autocarro, bandas de rock como Unkle, Lupe Fiasco, The Cult e os Queens of the Stone Age. Mais tarde, passou a dedicar-se a narrativas em formato mais longos através da realização de documentários, da escrita de argumentos e da criação de vídeos artísticos experimentais para artistas como Alexander McQueen e Vivienne Westwood e empresas como a Nike, a Redbull e a ShowStudio.

O videoclipe que filmou para a música “Strange Enough” de NASA com Karen O e ODB foi exibido no MAM em São Paulo e no Museu Guggenheim de Bilbao. Para além disso, realizou curtas-metragens para clientes como a Liberty e a Amnistia Internacional e foi destacada em revistas como a Vogue (“Metamorphosis”), a Dazed and Confused (“A Forca du Rua”) e a Dazed Digital (“Red Shoes”).

Em 2018, realizou a sua primeira longa-metragem, “Westwood – Punk, Ícone, Ativista” e concluiu, “Amá”, um filme produzido pela Raindog Films que levou nove anos a ser concluído e que explora a esterilização forçada de mulheres nativo-americanas na segunda metade do século XX.

Filmografia da realizadora

2023: “Someone’s Daughter, Someone’s Son” (documentário com estreia prevista para Setembro)
2023: “Call Me Kate” (documentário)
2018: “Amá” (documentário)
2018: “Westwood – Punk, Ícone, Ativista” (documentário)
2013: “Red Shoes” (curta-metragem)

Nota de Intenções

Nota de Intenções
Em 2008, Vivienne Westwood pediu a Josh Homme, dos Queens of the Stone Age, e a Unkle para colaborarem numa música de rap que escrevera para consciencializar as pessoas em relação ao trabalho da Organização de Direitos Humanos, Liberty. Nessa altura estava a começar a minha carreira como realizadora, a fazer vídeos de tournées para bandas de rock e promos para marcas. Foi numa destas ocasiões que conheci Vivienne de quem me tornei amiga.

Passei os anos seguintes a filmar o meu documentário sobre a esterilização forçada de mulheres indígenas em reservas nativo-americanas. Enquanto agente ativa dos direitos humanos, Vivienne Westwood interessou-se por este projeto e, de vez em quando, ligava-me para saber quais eram os últimos desenvolvimentos e também para pedir-me para filmar protestos, conversas e manifestações.

Em 2013, depois de fazer um filme de moda para a Revolução Climática de Vivienne Westwood, “Red Shoes” com Lily Cole, e de colaborar numa série de curtas-metragens para a Vivienne Westwood Dazed Takeover, sugeri a Vivienne fazer um documentário de longa-metragem e assim nasceu “Westwood – Punk, Ícone, Ativista”.

Ao longo dos três anos em que filmámos, documentámos vários aspectos da vida de Westwood. Passámos um tempo juntas no Círculo Ártico, numa missão com a Greenpeace para aumentar a consciencialização da ameaça que esta região enfrenta. No mesmo mês, acomodámo-nos entre rolos de tecido e vimos uma coleção ganhar forma desde os quadros de conceitos e referências visuais, até aos esboços e, finalmente, o desfile final. Seguimos a Vivienne enquanto percorria o país em campanha contra o fraturamento hidráulico, e testemunhámos também a abertura das suas novas e emblemáticas lojas, em Paris e em Nova Iorque.

O que é mais impressionante sobre Vivienne é que ela estava sempre preparada para defender uma causa e para se destacar. Isso reflete-se tanto na sua moda como no seu ativismo. Empregava a mesma paixão e determinação intransigentes quer estivesse a trabalhar até tarde no seu estúdio ou a marchar pela justiça climática em Westminster. Tinha um traço rebelde muito palpável e um ethos verdadeiramente anti-sistema que sustentava tudo o que fazia e que era imediatamente contagioso.

Os interesses, ideias e princípios de Vivienne sempre estiveram um pouco desfasados dos interesses e expetativas do que o estereótipo de um ícone de moda deveria ser. Por isso, desde o início que soube que este nunca poderia ser um típico filme de moda. Em vez disso, queríamos concentrar-nos mais em Vivienne como personagem e explorar as suas origens, o seu ativismo e o seu impacto cultural revolucionário.

Vivienne não foi apenas uma artista, uma designer de moda e ativista – foi também uma figura de proa de uma marca global e uma poderosa mulher de negócios. Foi uma das verdadeiras criadoras do século XXI e teve uma vida extraordinária pontuada por algumas das maiores mudanças culturais da história recente. Espero que esta relevância cultural,
e os temas contemporâneos mais amplos que o filme aborda, possa atrair a maior audiência possível – desde ex-punks, ativistas no ativo, fãs, entusiastas de moda ou aqueles que simplesmente adoram uma história centrada numa personagem.

Tornou-se rapidamente evidente que Vivienne deveria ser a única a narrar sua própria história. Durante um verão londrino notavelmente sufocante, quando estava grávida de 7 meses, fomos até uma área mais tranquila e gravámos, no Clube Groucho, as principais entrevistas que formam a espinha dorsal da narrativa do filme. Como cineastas que lidam com uma pessoa que é considerada uma celebridade, sabíamos que era essencial ter uma equipa experiente à nossa volta. Em 2015, começámos a trabalhar com a distribuidora Dogwoof, e pouco depois com Nicole Stott e John Battsek, da Passion Pictures. A sua experiência combinada, assim como a orientação comercial e criativa que trouxeram para o filme, ajudaram-nos a garantir que o nosso fantástico editor Paul Carlin, que foi um verdadeiro colaborador criativo, pudesse trazer novas ideias, agitar a história e insistir para que fizéssemos o melhor filme possível.

Durante a produção deste filme, não havia nada mais encorajador do que a história de Vivienne Westwood. A forma como navegou através de um labirinto de reveses e dificuldades financeiras para prevalecer como uma das maiores estilistas de moda no Reino Unido é verdadeiramente inspiradora e revela a sua força e determinação. Para mim, esta é talvez a mensagem mais importante deste documentário: se queres fazer alguma coisa faz e nunca desistas.

Seleções oficiais

Sundance Film Festival, EUA, 2018
A Design Film Festival, Singapura, 2018
CPH:DOX, Dinamarca, 2018
True/False, EUA, 2018
Festival Internacional de Cinema de Cleveland, EUA, 2018
BAFICI, Argentina, 2018
Bucharest Fashion Film Festival, Roménia, 2018
FICMMad, Espanha, 2018
Urban Nomad Film Fest, Taiwan, 2018
Beldocs International Documentary Film Festival, Sérvia, 2018
DocAviv, Israel, 2018
Millennium Docs Against Gravity Film Festival, Polónia, 2018
Transilvania FF, Roménia, 2018
Art Film Fest, Eslováquia, 2018
Encounters’ South African International Documentary Festival, África do Sul, 2018
Dokufest, Kosovo, 2018
EBS International Documentary Festival, Coreia do Sul, 2018
Festival Internacional de Cinema de Atenas. Grécia, 2018
Festival Internacional de Cinema Doclisboa, Portugal, 2018
Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro, Brasil, 2018
Festival Internacional de Cinema de Ghent, Bélgica, 2018
Cinelibri, Bulgária, 2018
EU Film Fest, China, 2018
Festival Internacional de Cinema de São Paulo, Brasil 2018
Beirut Art FF, Líbano, 2018
IDFA, Países Baixos, 2018
Feed Dog Fashion Documentary Film Festival, Espanha, 2018
Cinema Akil, Emirados Árabes Unidos, 2018
Athens Fashion FF, Grécia, 2018
Zagreb Dox, Croácia, 2018
MAS Indie Film Fest, Emirados Árabes Unidos, 2018
Makedox, Macedónia, 2018
Fast Forward, Montenegro, 2018
Feed Dog Brazil, Brasil, 2018
Restart Cinema, Croácia, 2018
The Projector, Singapura, 2018
Fundación CAI, Espanha, 2018
TIFF Cinematheque, Roménia, 2018
Focus Filmtheater, Países Baixos, 2018

Prémios e menções obtidas em festivais

Sundance Film Festival 2018 – Nomeação para o Grande Prémio do Júri
Festival Internacional de Cinema de Cleveland 2018 – Nomeação para o prémio da competição de documentários e para o prémio de excelência de realização no feminino
Festival Internacional de Cinema de Hamburg 2018 – Nomeação para o Prémio Art Cinema
Festival Internacional de Cinema de São Paulo International Film Festival 2018 – Nomeação para o prémio da competição de novos realizadores

Ficha Técnica

Realização: Lorna Tucker
Produtores: Eleanor Emptage, Shirine Best, Nicole Stott, John Battsek
Produtores Executivos: Anna Godas, Leo Haidar
Edição: Paul Carlin
Música original: Dan Jones
Produção: Dogwoof, Finished Films Production
Em associação com: T Dog Productions e Passion Pictures