Em parceria com o Museu do Dinheiro, do Banco de Portugal, apresentamos entre Janeiro e Abril deste ano, um ciclo de cinema intitulado “Retratos de Vidas Extraordinárias”.
Entre ficções e realidade propõe-se 4 filmes que nos levam por um périplo de sons e imagens até ao amago da vida e da obra de criadores portugueses, artistas e escritores excecionais vistos por câmaras sentimentais, quase indiscretas, diretas no olhar: intrusas até. Estes documentários são outras formas de fazer o retrato que amalgama o corpo, o modo de viver e o processo criativo num todo comum, sem filtro, por vezes a nu. Tão frágil e sublime na cumplicidade que nos deixa questionar sobre a relação do realizador com o criador.
18 FEVEREIRO / 16h00
FILME: JOTTA: A MINHA MALADRESSE É UMA FORMA DE DELICATESSE
Como representar uma intenção artística sem a reduzir ao descritivo?
Como o fazer sem impedir que a intencionalidade do gesto continue a existir nesse espaço de ambiguidade subjetiva em que no fundo se constrói a individualidade de um olhar artístico? “a minha maladresse…” propõe um olhar sobre o universo plástico da artista Ana Jotta. Traçando pelo caminho, um retrato análogo do mundo de relações da artista e abordando questões paralelas como a possibilidade da interpretação ou da arte como sistema de valor.
A relação dos três (dupla e artista) oscila entre familiaridade, relação mestre aprendiz, objeto e sujeito; a distância e a autoridade de quem filma lançando luz sobre essa urgência maior por detrás do olhar artístico, onde Trabalho e Vida se sobrepõem nessa inquietante perseguição de um propósito maior: fuga do desconsolo, neste sagrado burlesco de um funcionalismo existencial.
Um laboratório documental de limites reflexivos.
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