São estas as novidades no Videoclube Zero em Comportamento para o próximo mês de Maio.
Dia 7 de Maio, ficará disponível mais um filme que nos fala sobre o período do Estado Novo.
Em Portugal, ao longo de quase meio século, a PIDE/DGS foi a máquina atemorizadora que alimentou o poder do Estado Novo de Salazar/Caetano. A par dos quadros de inspectores e agentes efectivos, a polícia política recorria aos serviços dos “informadores”. Cidadão comum tornado delator, que se diluía com o intuito de vigiar para denunciar, o informador tornou-se numa figura omnipresente. Entre denúncias e denunciados, O MEDO À ESPREITA constrói uma memória do medo e de um país onde viver era viver vigiado.
A 14 de Maio, fica disponível “Leroy”, sobre um afro-alemão de 16 anos, que é demasiado alemão para ser negro. A sua vida complica-se quando conhece a família da sua namorada Eva, cujos irmãos são skinheads e não ficam nada satisfeitos com esta novidade. Uma comédia para adolescentes, que fala sobre assuntos muito sérios!
A 21 de Maio chega um filme sobre os efeitos da maternidade na vida conjugal e nas rotinas de um jovem casal lisboeta.
Num apartamento em Lisboa, Marta fica entregue aos cuidados maternos da sua primeira filha acabada de nascer, ao mesmo tempo que convalesce do parto. Nestes primeiros tempos são visitadas por familiares e amigos que ao serem envolvidos no espaço de intimidade da casa, narram histórias sobre o casamento, o nascimento dos filhos, os primeiros trabalhos, as expectativas e projectos futuros que têm. Nas diversas sequências assistimos em Tempo Comum ao desenrolar do ciclo da vida narrado em diversas vozes, fragmentos que se misturam com o momento que Marta está a viver. A par destas sequências, a vida conjugal e as rotinas de casa que se instalam serão o barómetro da evolução interior de Marta.
A última sexta-feira do mês traz duas curtas metragens ligadas ao cinema.
Em Memórias de um filme, Tiago Resende faz um pequeno ensaio sobre o fim das salas de cinema
As cidades têm vindo a perder os seus templos do cinema. O ato de ir ao cinema está a perder importância social. Deixou-se de ir à sala escura em busca do sonho. Vivia-se o cinema e sentia-se o cinema, em conjunto. Hoje, estamos sozinhos. Assim como estes lugares que estão isolados, sem público, sem projecionistas, sem filmes, sem cinema. A sala enquanto lugar mítico e fábrica de sonhos está a desvanecer. Deixou-se de sonhar. Apagaram-se as memórias daqueles lugares e daqueles por que lá passaram e viveram, com emoção, o cinema. Era uma vez um filme e as memórias desse sonho. Restam-nos algumas memórias, memórias de um filme.
Com La Chambre Jaune, André Godinho, brinca com muitos dos lugares-comuns do cinema.
“Um quarto vazio.
Uma actriz.
O que é preciso para fazer um filme?
Um argumentista que escreve.
Um filme que passa numa televisão.
Boy meets Girl. Um encontro entre dois actores.
O que se vê de uma janela falsa?
Um cenário num estúdio. Um director de fotografia. Uma estrela de cinema. Um argumento.
Quando é que um filme acaba?
Um realizador. Uma câmara.”