17 Raparigas
Delphine Coulin, Muriel Coulin, Ficção, França, 2011, 90’
Houve uma altura em que uma viagem a bordo do cruzeiro Queen Elizabeth II era o máximo do luxo, apenas acessível a milionários. Os tempos mudaram e o navio está agora cheio dos mais diferenciados passageiros, quase todos ingleses e quase todos idosos. Hoje, os reformados ingleses médios concretizam o sonho das suas vidas viajando a bordo. Ficamos a conhecê-los melhor durante um destes cruzeiros. A observação social torna-se um pretexto para contar uma história agridoce sobre o amor e o tempo que passa.
Aalto mostra, pela primeira vez, a história de amor entre Alvar e Aino, a sua esposa, também arquitecta.
Com uma deslumbrante cinematografia, viajamos na vida e obra de um dos maiores arquitectos da era moderna, ficando a conhecer o seu processo criativo e muitos dos seus icónicos edifícios espalhados por todo o mundo.
Visitamos vários prédios na Finlândia, incluindo a sua própria casa e atelier, uma biblioteca na Rússia, uma residência universitária no MIT, a casa particular de um colecionador de arte nos arredores de Paris, o pavilhão da Finlândia para uma das Bienais de Veneza, e muitos outros lugares únicos.
Baseado no livro “Timor na Segunda Guerra Mundial – Diário do Tenente Pires” do historiador António Monteiro Cardoso, “Abandonados” retrata uma história esquecida de coragem e de sacrifício sobre-humano durante a invasão japonesa em Timor-Leste,
em 1942.
Ao contrário da propaganda veiculada pelo regime, Portugal esteve envolvido na II Guerra Mundial, na qual se perderam milhares de vidas de portugueses e timorenses. “Abandonados” fala sobre estas vidas, sobre a inédita aliança criada entre portugueses, timorenses e australianos e sobre a luta persistente de um militar então administrador de Baucau.
Fazendo frente a um inimigo implacável que não hesitou em cometer as maiores atrocidades contra as populações locais e contra todos os que se lhe opuseram, o Tenente Manuel Pires tentou retirar o maior número possível de companheiros do território e lutou contra todos os obstáculos e dificuldades, criados inclusivamente pelo próprio governo de Salazar.
“Abandonados” é um filme que mostra os caminhos tortuosos da política e a sobreposição dos interesses dos estados aos interesses individuais, com toda a carga de injustiça e de desumanidade que isso tantas vezes acarreta.
“ABANDONADOS recorda-nos a invasão do Japão a Timor durante a II Guerra Mundial. Este filme tem um enorme significado para Portugal e para Timor- Leste. Mas não só, tem também um grande significado para a Austrália pois algumas centenas de corajosos militares australianos fizeram uma luta de guerrilhas durante cerca de um ano, com assinalável sucesso, contra o invasor japonês.
É uma história de desfecho trágico em que um punhado de portugueses e vários timorenses, resistiram heroicamente nas montanhas de Timor à máquina de guerra japonesa, entre o início de 1942 e finais de 1944. Entre os portugueses abandonados à sua sorte pelo governo de Salazar destaca-se o Tenente Pires e também um pequeno grupo de resistentes, alguns deles deportados por razões políticas para Timor pelo Governo Português, que combateram o exército invasor numa luta desigual, que teve consequências trágicas para a população timorense, que sofreu cerca de 50.000 baixas.
Contar estes acontecimentos é falar de uma história intencionalmente esquecida, de uma tragédia ocultada pelo governo de Salazar e do abandono de que foram vitimas os portugueses e os timorenses. Recordar esse período da nossa história (e de Timor Leste) é dar a conhecer, sobretudo aos jovens, a coragem de alguns poucos contra o poder brutal do agressor, que atuava com o maior desprezo e sem complacência pelos mais elementares direitos das populações.
ABANDONADOS é um filme baseado em factos reais, perdidos no tempo, que evoca a memória daquele punhado de homens que se sacrificaram até ao limite, dos quais o tenente Pires é o exemplo maior, que nunca abandonou aqueles que nele confiaram. Um filme que nos faz refletir sobre a falta de proteção dos civis vítimas dos conflitos armados e sobre o desrespeito total pelos direitos humanos, o que dá a este filme um carácter universal”.
Francisco Manso
Festival Internacional de Cinema Independente de Montreal, Melhor Filme de Direitos Humanos
Berlin Kiez Film Festival, Melhor Filme de Direitos Humanos
Mannheim Arts and Film Festival, Melhor Filme de Direitos Humanos
Tokyo Cinema Awards, Melhor Filme de Direitos Humanos
Vegas Independent Film Awards, Melhor Filme de Direitos Humanos
Festival Internacional de Cinema de Florença, Melhor Filme de Direitos Humanos
Festival Internacional de Cinema de Vancouver, Melhor Filme de Direitos Humanos
Francisco Manuel Manso Gonçalves de Faria nasceu em Lisboa a 28 de Novembro de 1949. Frequentou a Faculdade de Direito de Lisboa. Tem o Curso de Cinema e Audiovisuais do AR.CO
e o Curso de Áudio e de Assistentes de Realização da RTP.
É membro da Academia Portuguesa de Cinema. Para além de “Abandonados”, realizou 8 filmes de longa-metragem, tendo produzido 2 deles, 5 séries e filmes para televisão e mais de 120 documentários. Entre eles, destaca-se as produções “O Nosso Cônsul em Havana” (2019),
“O Cônsul de Bordéus” (2010) e “O Testamento do Senhor Napumoceno” (1997).
Elenco: Marco Delgado. António Pedro Cerdeira. Elmano Sancho. Virgílio Castelo. Vítor Norte. Joaquim Nicolau. Luís Esparteiro. Jorge Pinto. Francisco Froes. Soraia Tavares. Paulo Calatré. André Albuquerque. David Personne. Flávio Hamilton. Sabri Lucas. Marques D’arede. Rodrigo Santos. Júlio Martin. Pedro Pernas. Cláudio Castro
Com a participação especial: José de Abreu, Chico Diaz
Guião: António Monteiro Cardoso com a colaboração de Francisco Manso
Produtor: Francisco Manso
Produtora Executiva: Cristina Mascarenhas
Diretor de Produção: Nuno Marvão
Diretor de Fotografia: José António Loureiro
Diretor de Som: Vasco Pedroso
Diretora de Arte: Alícia Camacho
Figurinista: Cristina Homem Gouveia
Coordenador de Pós-Produção: Miguel Cardoso Faria
Montagem: José Diogo Ferreira
Colorista: Andreia Bertini
Música: Original Luís Cília
Pós-Produção de Som: Martim Crawford
Efeitos Visuais: Pushvfx
Realizador: Francisco Manso
com a colaboração de Exército Portuquês – Fundação INATEL – Grupo Sousa – Sociedade de Desenvolvimento de Porto Santo
de 13 a 19 de Julho, às 13h15
no Cinema City Alvalade
de 6 a 12 de Julho, às 19h30
no Cinema City Alvalade
Um mergulho, a luz do sol do meio-dia atravessa a água a pique. O ar que está nos pulmões terá que chegar até que se consiga arrancar o haliote às rochas do fundo do Oceano Pacifico e finalmente subir para respirar outra vez. Sem o auxílio de botija de ar ou outra ferramenta que potencie a capacidade de permanecer debaixo de água, todo o corpo é convocado a atingir o seu limite. Estes mergulhos são dados no Japão há mais de 2000 anos pelas Ama-San, literalmente, mulheres do mar que na cultura japonesa ocupam um lugar especial, sendo reverenciadas e ao mesmo tempo, incompreendidas.
As Ama-San conquistaram o estatuto de coletoras e cuidadoras, questionando não só o papel da mulher na sociedade oriental como a própria natureza feminina.
Escrito na primeira pessoa, “Aparição” transporta teorias filosóficas relacionadas com o existencialismo. A partir deste momento, Vergílio Ferreira constrói uma história que dificilmente pode ser esquecida e confirma o sucesso internacional de um livro que é considerado um dos dez romances portugueses mais importantes.
Do ponto de vista literário, o romance posiciona-se num momento muito especial da vida de Vergílio Ferreira. Ele tinha escrito as suas primeiras obras envoltas no neorrealismo e neste livro abraça o cariz mais filosófico e profundamente humanista do existencialismo. Esse momento de viragem é determinante para a carreira futura do escritor.
Tema Paixão, Desejo, Culpa, Adolescência, Ingenuidade, Provocação, Violência, Literatura, Existencialismo|
Público-alvo 3.º Ciclo, Secundário, Universidade
Áreas Português, Literatura, História, Filosofia
Assunto
“A transmutação do livro para o filme é impossível. O livro tem uma forma literária, um grau de intimidade com o seu leitor e um grau filosófico e poético. Esse domínio de abstração é, objetivamente, muito difícil de criar num filme. A adaptação tornou-se, para mim, funcional quando fiz a análise do livro e senti que este impregnava momentos e vivências com que o próprio autor se confrontava. Vergílio procurava organizar, em matéria escrita, essas experiências e confrontá-las de uma forma espectral, quase como
fantasmas da sua vida. Essa atitude é muito cinematográfica.”
Fernando Vendrell, realizador
Quarenta anos depois, seis ex-combatentes, que estiveram juntos na Guerra da África, continuam a encontrar-se. Eles sabem que, durante essas reuniões, falar sobre a Guerra é terapia para exorcizar pesadelos e fantasmas. O que os mantém vivos é o que os destruira: Memórias. A vida nunca mais foi a mesma. Tinham vinte e dois anos quando se conheceram na Guerra. O tempo parou por aí. Hoje, eles só existem quando estão juntos.
Maria, uma mulher de 72 anos, está a perder a visão devido a cataratas. O tempo de espera no hospital público prevê-se entre 3 a 6 anos. É um velho pescador, António, quem cuida de Maria. António tem uma paixão antiga e secreta por Maria. Ana, a filha de Maria, há muitos anos desavinda com a mãe, viaja de Lisboa para VRSA. O objetivo de Ana, ou a sua redenção, é que a mãe recupere a visão. Joga na lotaria, faz-se artista de rua, mas não tem sucesso. Entretanto, o Presidente da Câmara cria um protocolo com o governo de Cuba para operar os doentes com cataratas, do Concelho, por oftalmologistas cubanos.
Ensaio da autoria de António Barreto e Joana Pontes, As Horas do Douro é inspirado nos Livros de Horas, manuscritos iluminados comuns na Idade Média. Cada livro contém uma colecção de textos, orações e salmos adequados para determinados horários do dia. Partindo desta ideia medieval de inventário e registo anual, o filme dá a ver o modo como o ciclo da vinha e do vinho, veio central do filme, determina a vida das pessoas nesta região. O que se pretende mostrar, através do reconhecimento minucioso da transformação da paisagem ao longo das estações do ano, é que esta vinha é obra de homens, que o vinho é uma coisa humana e que assim tem de ser apresentado.
Quando um colega de carteira vai morar para outra cidade ou, por qualquer outra razão, é obri gado a mudar de escola, deixa sempre um lugar vazio. A sua falta é sentida, mas a vida continua, porque não há nada a fazer, nada de terrível a evitar. O caso de Milana é diferente. Estamos em 2067 e ela relembra um momento marcante da sua infância, que teve lugar há quase 60 anos, em 2009, quando era uma jovem imigrante chechena em Paris. A sua família, como tantas outras, não tinha os documentos em ordem e a ameaça de expulsão do país pairava constantemente sobre as suas cabeças. Quando se dá conta que o pior pode estar prestes a acontecer, o seu grupo de amigos, composto por Blaise, Alice, Claudio, Ali e Youssef, decide reunir esforços e fazer o possível e o impossível para salvar Milana. Enquanto aplicam as suas estratégias primárias para evitar que a deportação aconteça, os adultos fazem aquilo que sabem fazer melhor: preocupam-se. Mas isso não é suficiente para os mais novos. A confirmar a veia militante do realizador, esta é uma história política vivida pelos mais novos, que chama a atenção para o que de humano pode estar em falta na burocracia.
“Simultaneamente estranhos e familiares, distantes e próximos, inquietantes e sedutores, marginais e cosmopolitas, os ciganos apresentam-se envoltos numa aura de ambiguidade. Não se pode dizer que sejam invisíveis, pois dificilmente passam despercebidos.”
Daniel Seabra Lopes in Deriva Cigana, 2008
Tal como os ciganos, os sapos de loiça colocados à entrada de casas e estabelecimentos comerciais não passam despercebidos a um olhar mais atento. Este filme consiste num acto interventivo e social contra o significado simbólico e real contido nesses mesmos sapos.
Banksy é um nome familiar mas, por trás deste nome, esconde-se uma multitude de histórias, obras de arte, acções espectaculares, posições políticas e, principalmente, identidades que nos levam a uma das maiores questões do mundo artístico contemporâneo – afinal quem é Banksy? Através de testemunhos de quem o conhece ou que trabalhou com ele, mas também de quem procura descobrir quem se esconde nesta persona, o filme apresenta-nos um retrato profundo deste moderno Robin dos Bosques. Cada uma destas investigações revela uma faceta do artista: o seu compromisso com as causas ambientais ou com os refugiados políticos, as suas ligações à cena musical e o seu lado empreendedor.
Sofia vive isolada num velho apartamento de família onde até o pó parece ser preservado. A pedido da sua mãe chega Mariama, uma jovem guineense, para ajudar a cuidar da casa e do seu filho. Mas onde está este filho que nunca vemos? Bobô, irmã mais nova de Mariama, vai despertar em Sofia uma vontade de sair do casulo. Atrás do seu sorriso confiante, Mariama atormenta-se com a ameaça da mutilação genital feminina a que Bobô está prestes a ser submetida… O encontro entre Sofia e Mariama fá-las confrontarem-se com os seus fantasmas.
“Bué Sabi” retrata a amizade improvável de três personagens femininas: uma cigana que mora na Buraca, a sua melhor amiga cabo-verdiana e uma jovem de classe média alta. Apesar de terem estatutos sociais diferentes, criam uma amizade livre de preconceitos, até que uma noite fatídica põe tudo em causa…
A San Diego Comic-Con é a maior convenção de BD e cultura pop do Mundo. Ano após ano, durante 4 dias, o evento é palco do encontro de milhares de pessoas, presentes ali pelos mais diversos motivos. Em Comic-Con: O Mundo da BD, Morgan Spurlock, realizador de Super Size Me, escolhe cuidadosamente os seus personagens, fanáticos por filmes, séries e BD, numa tentativa de demonstrar o que os move e qual é a importância da convenção no percurso de cada um deles.
A produção é do Joss Whedon e do lendário Stan Lee, criador do Hulk, Homem-Aranha e tantos outros personagens.
Ismini (13 anos) vai dormir a casa de Komal (12 anos), sua vizinha e
melhor amiga. As meninas estão convencidas que terão a sua primeira
menstruação. Amanhã tudo será diferente, serão mulheres. À noite
conversam sobre o amor, crescimento e acham que nada mudará na
relação delas. O que significa ser mulher e crescer? Filmada em stopmotion,
esta é uma maravilhosa obra sobre a intimidade e a partilha.
Um casal parte em lua de mel. Perdem-se no caminho encontram-se… 50 anos depois.
DONZELA GUERREIRA ficciona o Portugal de meados do século XX. A partir da figura de Emília, uma escritora, em Lisboa, no ano de 1959, o filme convoca vultos, lugares, situações, receios e ironias numa aproximação aos universos literários de Maria Judite de Carvalho e Irene Lisboa, escritoras da cidade e das personagens que nela habitam. Guiados pela voz e olhar de Emília, entramos num jogo entre as imagens de arquivo da cidade e a efabulação pura. É uma Lisboa de ruas, jardins e casas onde habitam mulheres que olham para si próprias e umas para as outras, que ocupam os lugares que lhes destinam e o silêncio a que as votam. Por mote, a história de uma donzela que se veste de homem para ir guerrear.