O filme que celebra a obra de Jean-Luc Godard, o realizador que nos deixou no ano passado e que marcou o movimento da Nova Vaga francesa, passou pelo Filme do Mês e chega a 10 de abril ao Cineteatro São Brás de Alportel e a 11 de abril ao Cineclube de Guimarães.
Neste documentário, Cyril Leuthy quer levar-nos além dos clichés de um mito, que por vezes se tornou caricatural, para dar a conhecer um homem mais sentimental do que parece, um homem habitado e, às vezes, ultrapassado pela sua arte. Jean-Luc Godard fez mais de 140 filmes e o seu trajeto teve apenas um sentido: a renovação constante da sua arte. “Sou um homem positivo que parte do negativo”, afirmava. A sua aura distinta marcou não apenas os seus filmes que se tornaram lendários, mas também uma figura pública envolta em mistério.
Godard via o ato de criação como um gesto necessário de crítica e desconstrução. Ao longo dos anos, reinventou-se, para, de seguida, destruir tudo e começar de novo, explorando sempre as potencialidades da imagem em movimento. Neste filme, Godard fala sobre Godard, as suas experiências, obsessões e descobertas ao longo de décadas de trabalho constante. Afinal de contas, uma vez escreveu: “Tudo pode ser filmado. Tudo deveria ser filmado.”