M/12

Ser e Ter


Nicolas Philibert, França, documentário, 2002, 104 min.

Numa escola primária na região de Auvergne em França, Georges Lopez é professor de uma turma de 13 crianças, com idades compreendidas entre os 4 e os 10 anos.
Lopez, um educador veterano à beira da reforma, é um modelo de sensibilidade e compreensão a lidar com crianças. Nunca levantando a sua voz e falando directamente com eles, o seu afecto é tão notório como o respeito e a confiança que as crianças têm por ele.

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Sombras Brancas


Fernando Vendrell, Portugal, Ficção, 114 min, 2022
Sinopse

Um escritor que não escreve.

Aos 71 anos, José Cardoso Pires sofre um acidente vascular cerebral, perdendo a capacidade de se relacionar com o mundo. Apesar de ser escritor, não reconhece as palavras e não consegue sequer articulá-las com nexo. Rodeado de vultos translúcidos com quem não é capaz de se comunicar, contempla, apático, a consternação de familiares e amigos.

A seu lado, permanece a sua mulher, Edite. Acompanhando-o na sua vida concreta, estendendo a mão como que para o escoltar através do labirinto da sua própria mente. Lugares, situações e personagens fundem-se numa mistura entre a vida real, a ficção e a sua memória, num mundo luminoso e quase sem sombras. No hemisfério direito do seu cérebro, como que vindo do “lobo da imaginação”, surgem personagens surreais e fantásticas que enviam sinais misteriosos para que Cardoso Pires se volte a encontrar.

Do outro lado, no hemisfério esquerdo, encontra-se o “lobo da realidade” onde, esperançados que ele se reconheça novamente, os familiares, médicos, pessoal hospitalar e doentes, procuram com perseverança trazê-lo para a realidade. Todos parecem desafiar o famoso autor a escrever um novo livro que narre esta sua aventura contando uma “última história”, a mais definitiva de toda a sua carreira, a da sua involuntária viagem pelo território das sombras brancas.

Este livro existe e intitula-se “De Profundis, Valsa Lenta” de José Cardoso Pires. Ao regressar ao mundo dos cérebros vivos, após dobrar o meridiano da morte, o escritor afirmou: “Isto de alguém se recomeçar assim depois de nulo, é algo que deslumbra e ultrapassa”.

Nota do realizador

Li, no momento da sua primeira edição, De Profundis – Valsa Lenta de José Cardoso Pires. É uma obra única do ponto de vista literário e humano e reparto com o escritor esta obsessão da importância da memória como evidência do humano.

A afetação das capacidades cognitivas do autor através de um AVC, localizado no lobo da linguagem e da comunicação, ficou reportada em obra literária com laivos biográficos. Ao lermos este livro, somos cúmplices de um “ato médico” que surpreende a ciência e questiona filosoficamente a existência humana, confrontando-a com o surreal.
Em 2012, perante a fragilização da memória dos meus pais, esta adaptação cinematográfica começou a tomar forma e tornou-se uma obsessão pessoal. Pareceu-me ser este um tema extraordinário para um filme.

A obra de José Cardoso Pires foi pesquisada e elencada para a escrita do argumento cinematográfico, a sua família respondeu às perguntas que tanto eu como o Rui Cardoso Martins (coargumentista) lhes fizemos, trazendo-nos outras questões e contextos para o projeto.

Filmado no pico da segunda vaga pandémica, entre Novembro e Dezembro de 2020, e montado em confinamento, este filme foi também uma experiência limite em que eu, o elenco e a equipa técnica, nos confrontámos com a fragilidade humana. Estávamos a filmar num hospital, num momento em que os serviços de saúde já não comportavam o número de doentes afetados e em que milhares de pessoas não sobreviviam. Fomos forçados a isolarmo-nos para sobreviver.

O filme surgiu também deste contexto, através desta evidência implacável. É hoje enorme a gratidão que sinto por todos os que em mim confiaram, que arriscaram e que contribuíram para o surgimento inesperado desta obra.

Agora projetado em sala de cinema, parece haver pouco a acrescentar. A sala cinema é para mim um espaço criativo solitário, onde o espectador contemporiza a sua memória com impressões e vivências inexplicáveis. Também o meu cinema plasma sensações e emoções por mim vividas e remete dúvidas e questões que procuram resposta.

Sombras Brancas assemelha-se a uma alegoria biográfica de José Cardoso Pires, mas é também um filme que reporta a experiência de ser e de viver hoje, um gesto que ambiciona a alegria.

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José Cardoso Pires

José Cardoso Pires nasceu em São João do Peso, Vila de Rei,em 2 de outubro de 1925. Estudou Matemáticas Superiores na Faculdade de Ciências, não tendo chegado a concluir o curso. Em 1945, alistou-se na Marinha Mercante como praticante de piloto, o que também viria a abandonar abruptamente. Em alternativa, viria a optar pela carreira de jornalista, tendo sido diretor das Edições Artísticas Fólio e lançado a Revista Almanaque, cuja redação integrou figuras como Luís Sttau Monteiro, Alexandre O’Neil, Vasco Pulido Valente e André Cutileiro. Foi, ainda, cronista do Diário de Lisboa, da Gazeta Musical e de Todas as Artes e da Afinidades.

Considerado um dos maiores escritores portugueses do século XX, a sua carreira literária foi marcada pela inquietação e pela deambulação. Entre 1949 e 1997, publicou dezoito livros sem se identificar com qualquer grupo ou género literário, apesar de ser considerado sobretudo como um romancista. O Delfim, de 1968, geralmente é considerado como a sua obra-prima, na qual o narrador assume uma condição de forasteiro, aparentemente descomprometido com uma realidade anacrónica.

A 8 de Julho de 1954, casou com Maria Edite Pereira da qual teve duas filhas: Ana Cardoso Pires e Rita Cardoso Pires. Morreu em 1998, tendo sido sepultado no Talhão dos Artistas do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.

Fernando Vendrell · realizador

Fernando Vendrell (Lisboa, 1962) licenciou-se na Escola Superior de Teatro e Cinema em 1985. Iniciou o seu percurso profissional como assistente de realização e colaborou com António da Cunha Telles como diretor de produção, produtor executivo e produtor delegado em inúmeras produções nacionais e estrangeiras. Em 1992, fundou, com Luís Alvarães, a produtora David & Golias, da qual é sócio gerente e produtor.

Em 2015, Fernando Vendrell foi distinguido com o Prémio de Carreira Fantasporto. Os seus filmes têm participado regularmente em inúmeros festivais nacionais e internacionais onde têm sido objeto de diversas distinções como o Prémio de Melhor Realizador e o Prémio do Público para Melhor Filme no 1.º Festival de Angra do Heroísmo, o Prémio de Melhor Realizador no 7.º Festival de Cinema Ourense e a Menção Honrosa do Prémio CICAE no Festival de Cinema de Berlim com o filme O Gotejar da Luz.

Com Fintar o Destino, ganhou o Prémio Especial do Júri no Fantasporto, o Prémio para Melhor Filme no Festival de Cinema de Nápoles e o Prémio Alma para Melhor Argumento. A série O Dia do Regicídio foi, também, distinguida pelo Festival de Televisão
de Monte-Carlo como melhor Série Dramática. Para além de curtas-metragens e documentários, o seu percurso como realizador inclui ainda as longas-metragens Pele, O Gotejar da Luz e Aparição, baseada na obra homónima de Vergílio Ferreira, e com as séries televisivas Bocage e 3 Mulheres, esta última transmitida pela RTP,
em 2019.

Rui Cardoso Martins · argumentista

(Portalegre, 1967) Licenciou- se em Ciências da Comunicação pela FCSH. Escreveu os romances E Se Eu Gostasse Muito de Morrer (2006), Deixem Passar o Homem Invisível (Grande Prémio do Romance da Associação Portuguesa de Escritores APE, 2009), Se Fosse Fácil Era Para os Outros (2012) e O Osso da Borboleta. (2014).

Repórter na fundação do jornal Público, foi também cronista das manhãs de quarta-feira, na Antena 1, na rúbrica O Fio da Meada. Ganhou dois prémios Gazeta por Levante-se o Réu, e desde 2016, publica uma crónica com o mesmo nome, no Jornal de Notícias, todos os domingos.

No cinema, é co-autor do argumento original da longa-metragem A Herdade, de Tiago Guedes, filme candidato ao Leão de Ouro para Melhor Argumento e ao Prémio Sophia para Melhor Filme e Melhor Argumento. É, ainda, responsável pelo argumento de Zona J e, do último filme de Fernando Lopes, Em Câmara Lenta.
Em televisão, é co-autor das séries televisivas Sul, criada por Edgar Medina e Guilherme Mendonça e dirigida por Ivo M. Ferreira
(Prémio Sophia para Melhor Ficção Televisiva e Prémio APE), República, realizada por Jorge Paixão da Costa, Causa Própria (baseada numa história original e em crónicas de Levante-se o Réu) e Linha de Água, de João Canijo. Co-fundador de Produções Fictícias, foi também co-criador e autor dos históricos programas de humor Contra-Informação, Herman Enciclopédia, Conversa da Treta, Casal da Treta.

No teatro, escreveu a comédia Última Hora para o Teatro Nacional Dona Maria II, em cena em Outubro e Novembro de 2020, e a peça António e Maria no Teatro Meridional, encenada por Miguel Seabra e baseada em António Lobo Antunes.

Ficha Técnica

Fernando Vendrell, Portugal, Ficção, 114 min, 2022

José Cardoso Pires Rui Morrison
Edite Natália Luiza
Zé” Cardoso Pires (jovem) Rafael Gomes
Edite (jovem) Ana Lopes
Ana Cardoso Pires Raquel Rocha Vieira
Rita Cardoso Pires Iris Cayatte
Martinho Luís Mascarenhas
Médica / Senhora Capeline Soraia Chaves
Prof. João / Polícia 1500 Rui Luís Brás
Alexandra Alpha Maria João Bastos
Artur Semedo Rogério Samora
Lena / Sophia Margarida Moreira
Mariana Inês Sá Frias
Capitão Gonçalo Waddington
Major Santos António Fonseca

Realização Fernando Vendrell
Argumento Rui Cardoso Martins e Fernando Vendrell
Música Eduardo Raon
Imagem Hugo Azevedo
Som Tiago Raposinho
Montagem João Braz
Misturas Tiago Matos
Direção de Arte Bruno Duarte
Figurinos Patrícia Doria
Maquilhagem Márcia Lourenço
Cabelos Miguel Teixeira
Assistente de Realização Ângela Sequeira
Diretor de Produção Bruno Martins
Produção Executiva Ana Figueira
Produção Fernando Vendrell e Luís Alvarães
Distribuição Zero em Comportamento

Sessões e Debates

DE 4 A 10 MAIO
Lisboa
Cinema City Alvalade · 13h15 · 21h45

DE 27 ABRIL A 3 MAIO
Lisboa
UCI Cinema El Corte Inglés · 16H20, 18H45
Cinema City Alvalade · 13h15, 17h20, 21h45*
*A sessão das 21h45 não se realiza terça 2 de Maio

Gaia
UCI ArrábidaShopping · 13H30, 18H15

DE 20 A 26 ABRIL
Lisboa
UCI Cinema El Corte Inglés · 13H45, 16H25, 18H55, 21H0
Cinema City Alvalade · 13h15, 15h25, 17h25, 21h45

Coimbra
Casa do Cinema de Coimbra
20 QUI 21H30 · 21 SEX 15H00 · 22 SÁB 21H30
23 DOM 18H00 · 24 SEG 21H30* · 25 TER 19H00 · 26 QUA 15H00
* sessão especial, com a presença do realizador

Leiria
Cinema City Leiria · 19h40

Setúbal
Cinema City Setúbal · 19h30

Porto
Cinema Trindade

Gaia
UCI ArrábidaShopping· 13H30, 16H00, 19H00, 21H40

SESSÕES ESPECIAIS
Lisboa – 14 de abril, 18h30 – Apresentação pública com a presença do realizador na FNAC do Chiado
Castelo Branco – 26 de abril – CineTeatro Avenida
Montemor-o-Novo – 4 de maio – Cineteatro Curvo Semedo
Ponte de Lima – 27 de maio – Teatro Diogo Bernardes
Aveiro – 30 de maio – Teatro Aveirense
Caldas da Rainha – 14 de junho – Centro de Congressos das Caldas da Rainha
São Brás de Alportel – data a anunciar – Cineteatro de São Brás de Alportel

SOZINHO NA ESCOLA


Matty Jorissen, Wijnand Driessen, Animação, Bélgica, 2018, 14 min.

Deixado pelo seu pai num colégio interno isolado, o pequeno Will rapidamente se torna alvo de bullying. Apenas a amizade com um pequeno pássaro lhe traz algum alívio. À medida que o bullying se intensifica, as hipóteses de fuga tornam-se mais escassas.

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STOP – ZEMLIA – SE NÃO ARRISCARES NUNCA SABERÁS


Kateryna Gornostai, ficção, Ucrânia, 122 min.

Ultrapassando a confusão emocional de esperar que a sua vida adulta comece enquanto se diverte com os seus amigos –uma autêntica, radical e sensível realidade do que é ser adolescente e uma perspectiva da adolescência ucraniana.
A tímida Masha, estudante do 12.o ano, sente-se como uma outsider senão estiver com os colegas Yana e Senia, que partilham a sua visão não-conformista da vida. Enquanto tenta ultrapassar o último ano do secundário, Masha apaixona-se, de uma forma que a obriga sair da sua zona de conforto.
Primeira obra de uma realizadora ucraniana, esta é uma história pessoal sobre a paciência que a auto-descoberta exige.

Imprensa

Time Out

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Tempos de Desejo


Raquel Marques, documentário, Espanha, 2021, 60 min.

Um novo lugar no mundo é revelado enquanto Bea é confrontada com a perda e com o que imagina que virá. Na casa que se prepara para acolher a mudança, os medos habitam. Uma solidão inesperada também parece fazer parte de seu desejo, o de ser mãe solteira e lésbica. Raquel filma-a ligada a uma época em que as duas compartilhavam a mesma ideia de comunidade. À medida que o corpo de Bea muda, a câmara oscila entre o afeto e a distância. São tentativas de (re)conhecer-se nestes tempos de mudança, e talvez também uma necessidade de se questionar sobre a família, o amor, a amizade e todos aqueles desejos que ultrapassam os limites da intimidade.

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Terra Franca


Leonor Teles, Documentário, 2018, Portugal, 82'

À beira do Tejo, numa antiga comunidade piscatória, um homem vive entre a tranquilidade solitária do rio e as relações que o ligam à terra. Terra Franca retrata a vida deste pescador, atravessando as quatro estações que renovam os ciclos da natureza e acompanham as contingências da vida de Albertino Lobo.

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Um Dia


Marie Paccou, Animação, França, 1997, 4'

O homem na barriga da mulher foi o primeiro de muitos. Nunca lhe causou problemas e era melhor que o homem que ocupava o tronco da mulher perpendicularmente.

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Um Ramadão em Lisboa


Amaya Sumpsi, Carlos Lima, Catarina Alves Costa, Joana Lucas, Raquel Carvalheira, Teresa Costa, Documentário, Portugal, 2019, 66 min.

Filme colectivo, revela o ambiente do mês do Ramadão em vários momentos, desde o seu começo, cheio de entusiasmo e frenesim ao cansaço dos últimos dias. Num contexto onde o jejum não é uma prática comum nem maioritária, este documentário segue as personagens pelas suas ruas, pelas suas paisagens e pelos seus mundos. Resulta de um processo criativo partilhado e coloca em pano de fundo uma Lisboa próxima e reconhecível, num movimento de aproximação humana do cinema.

Um filme produzido no laboratório audiovisual do CRIA – Centro em Rede de Investigação em Antropologia

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Vida Activa


Susana Nobre, Portugal, Documentário, 2013, 93 minutos

O programa Novas Oportunidades foi um programa de educação com uma vertente baseada no reconhecimento e certificação escolar das aprendizagens realizadas fora da escola. Nestas sessões homens e mulheres pensam e discursam sobre a sua trajectória de vida, as condições que determinaram a sua existência e a sua dificuldade em existir. Falam da sua formação, da sua experiência profissional, das suas origens, produzindo uma pluralidade de pontos de vistas sobre a escola, a cidade, o campo, a família, o mundo operário e o universo do emprego. Partindo das histórias de vida dos protagonistas, o filme desloca‐se para uma abordagem ensaística sobre o trabalho no mundo contemporâneo.

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Yoon


Pedro Figueiredo Neto e Ricardo Falcão, 2021, Portugal, documentário, 84 min.
Sinopse

YOON | jɒn | é uma palavra em wolof cujo significado pode ser “caminho”, “lei”, “norma”, “religião”, ou simplesmente “viagem”.

Ao longo dos 4000 km que separam os dois lugares a que chama de casa, um routier senegalês embarca, há anos, numa perigosa e solitária viagem.

Considerado pelo jornal Público como o melhor título português a concurso na edição de 2021 do festival Doclisboa onde recebeu o Prémio Lugares de Trabalho Seguros e Saudáveis patrocinado pela Agência Europeia para a Segurança no Trabalho, YOON retrata a viagem circular e recorrente de Mbaye Sow, um routier senegalês, num antigo Peugeot 504. Os dois lugares a que chama casa, Portugal e Senegal, são separados por 4000km. Numa arriscada e solitária viagem para Sul, reveladora de uma complexa rede de relações e de zonas cinzentas, o caminho de Mbaye Sow revela-se repleto de (des)encontros, obstáculos e vários constrangimentos.

Nota dos realizadores

YOON é um roadmovie que retrata a viagem, circular e recorrente, de Mbaye Sow entre Portugal e o Senegal. Na estrada, que Mbaye percorre de dia e de noite, imprevistos e obstáculos vão pautando o ritmo das viagens de constrangimentos, fazendo destas, verdadeiros périplos existenciais.
YOON é um filme de (des)encontros: com as autoridades, com mecânicos, com migrantes, com colegas routiers, com os destinatários das bagagens que transporta, com os potenciais compradores dos carros velhos que conduz, com a família. De forma idiossincrática o personagem apropria-se da estrada como mais do que apenas um meio de subsistência. A estrada é uma fonte de liberdade, aventura, provação, e reconhecimento social. Este é um filme que convida à imersão numa solidão, que é tanto desejada como inevitável, mas que é continuamente interrompida por telefonemas, mensagens áudio, vídeo e texto, trocadas com clientes e destinatários das bagagens, familiares e amigos. YOON é ainda um filme que procura refletir sobre a questão das fronteiras, dos fluxos de bens, ideias e pessoas entre a Europa e África. Nos interstícios das urbanidades periféricas das grandes cidades, encontramos a obsolescência material. Porém, através de routiers como o personagem principal de YOON, somos confrontados com as vicissitudes da produção e destruição material que tem lugar entre nós.

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Pedro Figueiredo Neto

(1984) Antropólogo, arquiteto e cineasta, é atualmente investigador no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS- ULisboa). Os seus interesses de pesquisa gravitam à volta da questão das fronteiras, migrações, mobilidade, deslocamento forçado, violência e extrativismo, sobretudo no contexto africano (Zâmbia, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau). O seu trabalho de investigação conta com publicações em revistas internacionais de referência, e a sua obra audiovisual tem sido apresentada em vários festivais de cinema e eventos científicos.

Filmografia seleccionada
YOON (2021)
Abissal (2021)
Withering Refuge (2020)
Curupira (2016)
Bulwark (2016)
Sant’Ana Bikers (2013)
Sizígia (2012)

Ricardo Falcão

(1980) Foi pela primeira vez ao Senegal em 2007 e tem, desde então, desenvolvido a sua relação com este país através de diversos trabalhos académicos e documentais e, sobretudo, de uma longa etnografia. Tem formação em Antropologia e é doutorado em Estudos Africanos. Atualmente, é investigador do CEI-Iscte, enquanto que o seu trabalho académico se dedica às questões de violência de género, direitos sexuais e reprodutivos e aos conflitos geracionais e valores sociais, em particular nos contextos da África Ocidental. Dedica-se, desde 2005, à fotografia e, em 2009, realizou Walo Walo, rodado em torno do Lac de Guiers, na região do Norte do Senegal.

Filmografia
YOON (2021)
Waalo Waalo (2009)

Ficha Técnica

Pedro Figueiredo Neto e Ricardo Falcão, 2021, Portugal,
documentário, 84 min. HD · Cor · 2.39:1

Com Mbaye Sow
Realizadores Pedro Figueiredo Neto & Ricardo Falcão
Imagem Pedro Figueiredo Neto
Som Ricardo Falcão
Edição de Imagem Francisco Moreira
Supervisor de Edição de Som & Misturas Roland Vajs
Música Original Mattia Bonafini & Filipe Palha
Produtoras Joana Ferreira & Isabel Machado
Produção Sopro Filmes
Distribuição Zero em Comportamento

Zona Árida


Fernanda Pessoa, Documentário, Brasil, 2019, 76 min.

“Fui estudante de intercâmbio na cidade mais conservadora dos  Estados Unidos: Mesa, Arizona.
O documentário mostra o meu regresso, 15 anos após minha estadia, e após o 11 de setembro. Numa tentativa de entender o que significa ser a cidade mais conservadora dos EUA, revisito pais, amigos e professores que fizeram parte da minha experiência anterior, passando pela proximidade da fronteira do México, o mito do Oeste, a Segunda Emenda, as eleições de 2016 (que elegeram Trump), etc.”
Fernanda Pessoa

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